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Ciências Sociais e Humanas

Humor: o analgésico da humanidade

Denis Kraiser

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O humor é tão antigo quanto o ser humano. Comédias e tragédias nos acompanham desde a Grécia e Roma antigas.

Aristóteles analisava o cômico como “a desarmonia de pequenas proporções sem consequências dolorosas.”

Ao que tudo indica, o humor serve como um
analgésico que ajuda a aliviar a tensão das pessoas. E claro, “um soco com luva de pelica” nos problemas da sociedade.

“Rir é o melhor remédio”, diz o ditado. Nada mais verdadeiro. O ato de sorrir libera os hormônios da alegria: endorfina, dopamina e serotonina.

Mesmo sabendo que a vida “é bonita, é bonita” na letra de Gonzaguinha, há também o lado massante do cotidiano.

Trânsito, corrupção, contas para pagar, vizinho com funk no máximo, o chato do telemarketing domingo de manhã…

Como circulou num vídeo do Leandro Karnal: “todo mundo enche o saco. Chefe enche o saco e paga. Chefe é bom.”

Para compensar as mazelas da vida, humoristas, familiares, amigos e o pessoal da empresa tentam nos fazer sorrir e protestar contando piadas.

Toda piada tem um alvo: bêbados, gays, judeus, políticos, negros, argentinos, portugueses, gordos, mulheres, pobres, ricos e deficientes (manco, cego, perneta, surdo, mudo…).

A culpa não é dos humoristas. Assim como os políticos, eles apenas refletem os preconceitos e mazelas da sociedade. O humor é como livros: tem os rasos e profundos.

“O homem foi dotado de imaginação para compensá-lo do que não é, e de senso de humor para consolá-lo do que é”, disse Horace Walpole.

A expressão “é só uma piada” portanto não existe. Toda piada “é uma verdade com nariz de palhaço” e tanto o público como os humoristas vivem o mesmo momento histórico.

Com o país polarizado entre esquerda e direita, obviamente os humoristas são atacados por ambas ideologias de acordo com o que defendem.

Será então que o humor deveria ter limites? Discutir o tema é uma forma de censura a ponto de processar humoristas?

Na prática o limite é a justiça ou a intolerância como no caso extremo do Charlie Hebdo. Quem sabe o excesso de humor seja sinal de que estamos tensos, sérios e infelizes. 

Ao pensar sobre uma piada, lembre-se do simbolismo da linguagem humana e a importância do contexto. 

Quando somos literais, perdemos a magia das entrelinhas do que o humorista, ator, escritor e demais artistas quiseram dizer.

Mr Bean, Charles Chaplin, Jerry Lewis, Seinfeld, Eddie Murphy, Mazaropi, Chaves, Ari Toledo, Costinha, Rafinha, Gentili, Duvivier, Porchat, Chico Anísio, Golias… só querem nos fazer sorrir.

Mas são apenas reflexo do que somos. Quem não vê graça em si mesmo ou na vida pode ter perdido a graça de viver.

A vida é cômica e trágica. Depende de como a encaramos.

“Sorria meu bem, sorria!”

Denis Kraiser

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