Você, peixe digital.

Não sei o quanto você conhece de Marketing, mas basicamente ele serve para atender às necessidades das pessoas e vender produtos, serviços e ideias.

Claro que na prática é um pouco mais complexo pois às vezes queremos coisas que não queremos e as consumimos apenas por vício.

Ou seja, se você tem um produto ou serviço e quer vendê-lo, precisa primeiro entender o que as pessoas querem. Não vou entrar na filosofia, mas basicamente se há empresas vendendo algo é porque pessoas querem comprar. 

Há inúmeras técnicas e análises para isso e se alguém quiser, me manda um zap que passo com o maior prazer.

De toda forma, até eu que sou graduado em marketing ando meio assustado e estafado com a quantidade de propaganda onipresente na internet.

Vídeos no YouTube, Facebook e Instagram ou em qualquer site que eu visite, eles são como rêmoras que te seguem como aquelas hóspedes dos tubarões.

E não precisa muito para isso. Basta um clique distraído em algum link e te jogam uma minhoca virtual: Ebook, relatório, o vídeo mais imperdível da história ou algo que te interesse. Em seguida você é fisgado como um peixe digital. 

Assim que coloca seu e-mail ou preenche algum cadastro, pronto. Vão tentar te vender algo para o resto de sua vida.

Na verdade até morto pois ainda há contas de falecidos no Facebook. Às vezes tenho saudades dos anúncios da TV; dos bons obviamente.

Mas de nada adianta espernear. A diferença agora é que peixes querem pescar peixes como você e eu. Não que isso seja novidade, mas chegamos a um ponto quase insuportável tamanha poluição digital. Musiquinha do Uber, delivery do IFood, Hotel, Trivago… Socorro!

A culpa é do marketing? Claro que não, afinal ele é apenas uma rêmora da sociedade. Todos estão no Facebook, Youtube, Whatsapp e Instagram? É para lá que ele vai. Se há mais celulares que pessoas no Brasil, adivinhem onde farão propaganda?

Não à toa precisamos de detox de tecnologia. Além de usar celulares, TVs, tablets, relógios com Whatsapp, sites e mídias sociais, chegamos a um dado assustador: nossa atenção agora é de apenas 8 segundos, 1 segundo a menos que a de um peixe dourado de aquário. 

Então, se você consegue ler meus textos que duram extremos 1 a 3 minutos, suba no topo do podium. Você é um vencedor. E eu também que consegui manter sua atenção por “tanto tempo.”

Então, cuidado com o anzol! Ao contrário de um peixe que morre na frigideira, ensopado ou no forno, você passará o resto da vida sendo pescado e jogado de volta ao oceano digital para ser repescado indefinidamente.

Denis Kraiser