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Ciências Sociais e Humanas

Preconceito = medo + ignorância

Denis Kraiser

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Todos sentimos medo. É algo natural que vive dentro de nossos cérebros, mais precisamente numa região denominada amígdala, que funciona como um botão de pânico que dispara o alarme em situações de perigo e nos ajuda a sobreviver.

Porém, existem algumas exceções: psicopatas e pessoas com problemas nessa área cerebral. Entre os “normais”, podemos sentir medo do que é novo, assustador, desconhecido ou diferente. Sentir medo portanto é algo absolutamente natural. 

Além disso, “a vida é simples para quem não pensa em sua complexidade”, conforme escrevi outro dia. Individualmente, somos ignorantes em múltiplas áreas; ninguém sabe tudo.

Coletivamente, a cooperação e acúmulo de conhecimentos que a humanidade adquiriu por milhares de anos, faz as coisas parecerem mais fáceis do que são no dia a dia.

Acrescente à complexidade o fato de a linguagem humana ser simbólica e por consequência as percepções e mitos dominarem nossas mentes.

Aplicando então uma simples soma matemática que une medo e ignorância, temos o preconceito. Mesmo para os “de humanas” como eu, uma conta de mais não assusta ninguém.

Preconceito = Medo + Ignorância.

O historiador Leandro Karnal resumiu bem a origem do problema: “se eu tivesse que achar um pai e uma mãe para o preconceito, um é a ignorância e o outro a angústia do medo”.

Como a própria palavra diz, preconceito é um “pré conceito” ou conceito anterior sobre algo que ainda não conhecemos ou vivenciamos.

Se o medo está em nós e somos ignorantes, pois é impossível sabermos de tudo, o preconceito é inevitável? Sim e não, depende de você. 

Em seu livro Blink, Malcolm Gladwell apresenta uma solução para a questão. Existem dois tipos de preconceitos: o inconsciente, que ronda nossas mentes mesmo que a gente não queira, e o consciente quando abrimos as comportas e damos vazão ao esgoto do preconceito inconsciente através de nossas bocas, textos ou qualquer forma de expressão adotada. 

Mas trago boas novas. O primeiro pode ser amenizado e o segundo curado. Imagine que “um amigo preconceituoso” possa ter algo contra nordestinos, negros, gays, judeus, muçulmanos, entre outros.

Para amenizar o preconceito inconsciente, basta você dizer a ele fazer um exercício diário de ter boas associações a respeito do preconceito escolhido.

Se tiver problemas com negros, diga para pesquisar sobre personalidades importantes da história que foram negros como Pelé, Luther King, etc.

Tem problemas com judeus? Conheça mais sobre Einstein, Freud, Stan Lee (sim, o dos heróis Marvel) e porque não dizer Jesus.

Quer agora curar o preconceito consciente e ele não gosta de Muçulmanos? Simples. Conheça pessoas dessa religião como meu amigo Samer, a mãe dele Karima ou visite uma mesquita.

Lembre também que se não fosse o médico muçulmano Al Zarawi no ano 1.000 talvez não existissem cirurgias sofisticadas. O que seria do mundo sem a álgebra criada por eles?

Se você conhece uma pessoa que é a personificação do preconceito, saiba que ela nasceu do pai com nome “medo” e da mãe chamada “ignorância”. E claro, ela ainda mora na casa dos pais e não fez nada para se livrar de ambos.

Diga a ela para conhecer; pessoalmente ou intelectualmente para curar seus preconceitos. 

Denis Kraiser

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